sábado, 19 de março de 2011

Poema: Serenata - Cecília Meireles



Serenata

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.


Permite que agora emudeça:

que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.



Permite que eu volte o meu rosto

para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho

como as estrelas no seu rumo.

(Cecília Meireles)

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