quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Poema: Assovio


Ninguém abra a sua porta 

para ver que aconteceu: 

saímos de braço dado, 

a noite escura mais eu. 



Ela não sabe o meu rumo, 

eu não lhe pergunto o seu: 

não posso perder mais nada, 
se o que houve já se perdeu. 



Vou pelo braço da noite, 

levando tudo que é meu: 

— a dor que os homens me deram, 
e a canção que Deus me deu. 

(Cecília Meireles)

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